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geral Quarta-feira, 27 de Setembro de 2023, 19:53 - A | A

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CONGRESSO X STF

Na contramão do STF, Senado aprova projeto do marco temporal; VEJA OS VOTOS

Redação

 

- (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)

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Os senadores vão na contramão do STF, que rejeitou na semana passada, por nove votos a dois, o marco temporal

 

O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (27/9), por 43 votos a 21, o projeto de lei que estabelece o marco temporal de 5 de outubro de 1988 – data da promulgação da Constituição – para a demarcação das terras indígenas. O parecer do senador Marcos Rogério (PL-RO) manteve o texto aprovado na Câmara. O plenário avalia, agora, dois desque, alterações pontuais à matéria.

 

Renan Calheiros (MDB-AL) foi um dos favoráveis ao texto. Embora tenha liberado a bancada da minoria para votar, afirmou ter defendido o marco temporal na Constituinte e citou, ainda, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do território Raposa Serra do Sol, usado por Marcos Rogério para embasar seu parecer.

 

“Essa é uma questão em aberto, eu libero a bancada, vou votar favoravelmente ao marco temporal porque eu já votei na Assembleia Nacional Constituinte. Mais do que isso, eu estava no Ministério da Justiça quando demarcamos Raposa Serra do Sol e fizemos valer a regra da Constituição, 13 anos depois o Supremo disse que aquela decisão foi constitucional. Se o Supremo hoje muda a posição, eu prefiro continuar coerente com o que escrevemos na Constituição Federal”, disse o parlamentar.

 

Os senadores vão na contramão do STF, que rejeitou na semana passada, por nove votos a dois, o marco temporal e se debruça hoje (27) sobre os parâmetros que valerão com a queda da tese.

 

A lei pode ser considerada inconstitucional, caso acionada. Uma PEC poderia trazer alguma alteração à Constituição e, portanto, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) trabalha com a PEC 132 de 2015, que quer aumentar a indenização paga pelo governo federal aos produtores rurais que tiverem terras demarcadas. A ideia é que ruralistas sejam indenizados com dinheiro tanto pela terra nua, quanto por benfeitorias feitas nelas. O texto está parado na Câmara desde 2016.

 
 

Outra PEC que a FPA poderia usar é a 48/2023, de autoria do senador Dr. Hiran (PP-RR), que define o marco temporal mas não trata de outros temas de discordância com o governo.

 

“Essa história, que alguns não devem estar acostumados, de separação dos Poderes, independentes e harmônicos, proclamado no artigo primeiro da Constituição, funciona mais ou menos o seguinte: o Legislativo constrói as leis, o Executivo governa e o Judiciário, no caso a Suprema Corte, guarda este documento a Constituição, é intérprete disso aqui”, alfinetou o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) com um exemplar da Constituição nas mãos.

 
 

“O Supremo julgou um caso em tela sobre isso. Correndo atrás, o Legislativo tentou alterar o julgamento através de uma lei infraconstitucional, abaixo da Constituição. Por óbvio, essa matéria será levada ao veto do presidente da República. Por óbvio, mesmo que os vetos sejam derrubados, será acionada mais uma vez a Suprema Corte, porque ela existe para isso: para ser acionada quando este documento é ofendido, descumprido”, completou o senador, que avaliou como “falsa” a alegação de interferência do STF em atribuições do Congresso.

 

O Supremo definiu nesta quarta a tese – que tem repercussão geral, o que significa que este entendimento deverá ser usado em outros casos que tramitam na Justiça sobre demarcação de terras – que substituiria o marco temporal. Esta foi a última sessão presidida pela ministra Rosa Weber, que irá se aposentar. 

 

Veja como votou cada senador

 

NOME PARTIDO UF COMO VOTOU
Alan Rick UNIÃO AC Sim
Marcio Bittar UNIÃO AC Sim
Sérgio Petecão PSD AC Ausente
Fernando Farias MDB AL Sim
Renan Calheiros MDB AL Sim
Rodrigo Cunha PODEMOS AL Sim
Eduardo Braga MDB AM Não
Omar Aziz PSD AM Não
Plínio Valério PSDB AM Sim
Davi Alcolumbre UNIÃO AP Sim
Lucas Barreto PSD AP Sim
Randolfe Rodrigues REDE AP Não
Angelo Coronel PSD BA Ausente
Jaques Wagner PT BA Não
Otto Alencar PSD BA Não
Augusta Brito PT CE Não
Cid Gomes PDT CE Não
Eduardo Girão NOVO CE Sim
Damares Alves REPUBLICANOS DF Sim
Izalci Lucas PSDB DF Ausente
Leila Barros PDT DF Não
Fabiano Contarato PT ES Não
Magno Malta PL ES Sim
Marcos do Val PODEMOS ES Sim
Jorge Kajuru PSB GO Sim
Vanderlan Cardoso PSD GO Sim
Wilder Morais PL GO Sim
Ana Paula Lobato PSB MA Não
Eliziane Gama PSD MA Não
Weverton PDT MA Sim
Carlos Viana PODEMOS MG Sim
Cleitinho REPUBLICANOS MG Sim
Rodrigo Pacheco PSD MG Presidente
Nelsinho Trad PSD MS Ausente
Soraya Thronicke PODEMOS MS Sim
Tereza Cristina PP MS Sim
Jayme Campos UNIÃO MT Sim
Margareth Buzetti PSD MT Sim
Mauro Carvalho Junior UNIÃO MT Sim
Beto Faro PT PA Não
Jader Barbalho MDB PA Ausente
Zequinha Marinho PODEMOS PA Sim
Daniella Ribeiro PSD PB Sim
Efraim Filho UNIÃO PB Sim
Veneziano Vital do Rêgo MDB PB Ausente
Fernando Dueire MDB PE Sim
Humberto Costa PT PE Não
Teresa Leitão PT PE Ausente
Ciro Nogueira PP PI Sim
Jussara Lima PSD PI Não
Marcelo Castro MDB PI Não
Flávio Arns PSB PR Sim
Oriovisto Guimarães PODEMOS PR Sim
Sergio Moro UNIÃO PR Sim
Carlos Portinho PL RJ Ausente
Flávio Bolsonaro PL RJ Ausente
Romário PL RJ Não
Rogerio Marinho PL RN Sim
Styvenson Valentim PODEMOS RN Sim
Zenaide Maia PSD RN Não
Confúcio Moura MDB RO Não
Jaime Bagattoli PL RO Sim
Marcos Rogério PL RO Sim
Chico Rodrigues PSB RR Ausente
Dr. Hiran PP RR Sim
Mecias de Jesus REPUBLICANOS RR Sim
Hamilton Mourão REPUBLICANOS RS Sim
Luis Carlos Heinze PP RS Ausente
Paulo Paim PT RS Não
Esperidião Amin PP SC Sim
Ivete da Silveira MDB SC Ausente
Jorge Seif PL SC Sim
Alessandro Vieira MDB SE Não
Laércio Oliveira PP SE Sim
Rogério Carvalho PT SE Não
Astronauta Marcos Pontes PL SP Ausente
Giordano MDB SP Ausente
Mara Gabrilli PSD SP Ausente
Eduardo Gomes PL TO Sim
Irajá PSD TO Ausente
Professora Dorinha Seabra UNIÃO TO Sim

 

*Via Correio Brasiliense

 

 

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