Recentemente foi revelado que a partir de 2023 a Netflix começará a fechar o cerco no compartilhamento de senhas de sua plataforma entre pessoas que não vivem na mesma casa, prática que viola os termos de uso do streaming. Mas o compartilhamento de senhas vai mesmo acabar?
De acordo com a Variety, apesar do plano da Netflix para finalizar o compartilhamento não ter sido completamente revelado, a companhia dificilmente conseguirá restringir totalmente a prática. A princípio, a Netflix não encerrará a conta de alguém, mesmo que o compartilhamento de senhas aconteça, e nem haverá cobranças adicionais impostas pela plataforma sem o consentimento do usuário.
A Netflix revelou em outubro que planeja desenvolver “uma abordagem pensada para monetizar o compartilhamento de contas” além dos mercados em que já testou a abordagem na América Latina: Chile, Costa Rica e Peru. A ideia é encorajar que pessoas que compartilham senhas criem “sub-contas” e paguem pelas pessoas de fora de suas caras.
Apesar de a impressão inicial da medida dar a entender que o compartilhamento de senhas será caçado e exterminado da plataforma, incluindo medidas punitivas, a Netflix adicionará um sistema de monetização de compartilhamento de senhas, mas nada deve ser forçado para os usuários.
A Netflix ainda não revelou os valores de uma sub-conta, nomeada de Membro Extra, nos Estados Unidos e em outros mercados, como o Brasil. No Chile, Costa Rica e Peru, onde a medida foi testada, a taxa da sub-conta ficou entre 23% e 29% de uma conta Padrão da plataforma. No Brasil, este valor significa entre R$ 9,17 e R$ 11,57.
Nestes mercados, onde foram feitos os testes, a Netflix notificava os membros que aparentavam estar compartilhando suas contas fora de suas casas, com detecções feitas a partir de endereços de IP, IDs de dispositivos e atividade das contas em dispositivos logados na conta Netflix. Esta abordagem era feita apresentando novas opções de pagamento, e pedido de verificação de credenciais com envio de código de verificação para o usuário principal da conta.
E se o cliente não pagar pelo empréstimo de senhas? Todos os sinais indicam que o mais agressivo que a Netflix pretende obter na primeira tentativa para reduzir o compartilhamento de senhas é continuar a enviar lembretes e notificações por e-mail aos infratores dos termos de uso da plataforma.
A página de ajuda da empresa sobre compartilhamento de senha atualmente diz: “A Netflix não cobrará automaticamente se você compartilhar sua conta com alguém que não mora com você”. É improvável que isso mude em um futuro próximo.
Se a Netflix cobrasse automaticamente novas taxas para compartilhamento de contas, além de irritar os clientes – que se envolveram no compartilhamento de senhas por anos com a aprovação e aceno da Netflix – isso atrairia o escrutínio dos reguladores sobre possíveis práticas de cobrança que vão contra medidas de proteção ao consumidor.

“Nunca lançaríamos algo que parecesse ‘girar os parafusos'” para pessoas que compartilham senhas, disse Reed Hastings, co-CEO e cofundador da Netflix, na entrevista sobre os resultados do primeiro trimestre de 2021 da empresa. “Tem que parecer que faz sentido para os consumidores, que eles entendem.”
O fato de a estratégia de monetização da Netflix para compartilhamento de senhas ser opcional destaca a incerteza sobre quanto dinheiro a mais ela colherá da chamada “repressão”. A empresa está ansiosa para desenvolver novos fluxos de receita, pois o crescimento do número principal de assinantes diminuiu.
Além da monetização de compartilhamento pago, a Netflix este ano se apressou para lançar um novo plano mais barato com suporte de anúncios em novembro, que parece ter um início relativamente lento.
A Netflix estimou que as senhas estão sendo compartilhadas em violação de suas regras com mais de 100 milhões de famílias inadimplentes em todo o mundo — mas, obviamente, não será capaz de converter toda essa atividade em receita.
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