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variedades Quarta-feira, 13 de Setembro de 2023, 12:14 - A | A

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SEM COMPRADOR

Castelo do cantor José Rico avaliado em R$ 3,2 milhões fica "encalhado"

Redação

 

Reprodução

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Terminou sem interessados, na terça-feira (12), o prazo para venda direta de uma mansão de mais de 100 quartos deixada pelo cantor José Rico, da dupla Milionário & José Rico, que morreu em 3 de março de 2015, aos 68 anos. A venda tinha sido determinada pela Justiça para pagamento de dívidas trabalhistas do artista. Um leilão realizado anteriormente para tentar vender o imóvel também não recebeuu lances. 

 

A venda direta estava disponível desde 19 de junho e o valor mínimo que deveria ser ofertado era de R$ 1,6 milhão. Agora, segundo a leiloeira que estava responsável pela negociação, o caso volta para avaliação do juiz trabalhista, que decide se reenvia o bem para venda ou não.

 

A mansão, que está localizada em Limeira (SP), ficou conhecida como "Castelo do José Rico", devido ao seu projeto arquitetônico em referência a esse tipo de construção. Em vida, o músico informou o desejo de fazer do lugar um recanto para a família, além de construir um estúdio nele.

 

A área total da propriedade é de 4,8 hectares, o equivalente a 48 mil metros quadrados. Segundo a Justiça do Trabalho, a área penhorada representa 21,2% dessa área total. Já o restante são edificações não averbadas, ou seja, ainda não regularizadas.

 

ARQUIVO: 'Castelo' de José Rico, em março de 2015 — Foto: Reprodução/TV Globo

ARQUIVO: 'Castelo' de José Rico, em março de 2015 — Foto: Reprodução/TV Globo

 

 

A ação foi movida na Justiça por um músico que trabalhou com a dupla entre 2009 e 2015. Nos autos, ele relata que trabalhava em 19 shows por mês e, posteriormente, 12 apresentações mensais, e realizava quatro apresentações em TV por ano. O funcionário alega que:

 

  • Não teve seu contrato de trabalho registrado em carteira;
  • não recebia descanso semanal remunerado (DSR), horas extras, adicional noturno e de insalubridade;
  • acumulava funções;
  • não recebeu 13º salários, férias e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) depositado;
  • não pôde se habilitar ao seguro desemprego;
  • sofreu danos morais.

 

Em decisão de 1ª instância, foram determinados registro do contrato em carteira e pagamento de descanso semanal remunerado, 13º salários, verbas rescisórias, multa por dispensa sem justa causa, FGTS, horas extras, adicional noturno, diferença de horas de intervalo interjornada e indenização por danos morais.

 

Em 2ª instância, foi negado que houve acúmulo de funções e dano existencial, pelo tempo que o músico tinha de passar viajando entre uma cidade e outra.

 

ARQUIVO: Área externa do 'castelo' deixado por José Rico em Limeira — Foto: Reprodução/TV Globo

ARQUIVO: Área externa do 'castelo' deixado por José Rico em Limeira — Foto: Reprodução/TV Globo

 

Em decisão de 16 de julho de 2021, o juiz do trabalho Marcelo Luis de Souza Ferreira, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), fixou a condenação em R$ 6,7 milhões. Além da indenização ao trabalhador em si, o valor inclui honorários advocatícios e periciais, custas processuais, juros, imposto de renda e contribuições previdenciárias.

 

Já em 7 de novembro de 2022, a juíza Paula Cristina Caetano da Silva, da 2ª Vara do Trabalho de Americana, comunicou a penhora do imóvel, que fica na Estrada Municipal LIM-486, no bairro do Jaguari, às margens da Rodovia Anhanguera (SP-330).

 

José Rico durante show na Festa do Peão de Barretos — Foto: Érico Andrade/G1

José Rico durante show na Festa do Peão de Barretos — Foto: Érico Andrade/G1

 

Nos detalhes do imóvel apresentados pela empresa responsável pelo leilão é informado que "aparenta estado de abandono, com mato crescente, janelas quebradas e pichações nos muros", e que se encontra em processo de regularização fundiária junto à Associação do Condomínio Jaguari - Santa Rosa (PML).

 

ARQUIVO: Escadaria em área interna do 'castelo' de 100 quartos deixado inacabado pelo cantor José Rico em Limeira — Foto: Reprodução/TV Globo

 

ARQUIVO: Escadaria em área interna do 'castelo' de 100 quartos deixado inacabado pelo cantor José Rico em Limeira — Foto: Reprodução/TV Globo

 

'Ali é meu mundo'

 

Quando José Rico morreu, fazia 24 anos que tinha iniciado a obra do "castelo", que não viu ser concluída. "Ali é meu mundo. Estou construindo para mim e para os meus", afirmou em entrevista ao cantor Michel Teló para o Fantástico, em outubro de 2014.

 

O parceiro de Milionário desmentiu, na época, que a mansão foi feita porque uma cigana disse que ele jamais poderia parar de construir sua própria casa. "São lendas", disse.

 

O sertanejo compôs uma canção chamada “Castelo”, que integra o álbum "De cara com a Saudade", lançado em 1996, época em que a construção já havia começado. A letra diz:

 

“Construí um castelo bonito para dar de presente à pessoa amada”. Os versos da música ainda falam que o amor é tudo o que se tem na vida. "Para viver sem ela [a pessoa amada], tudo isso é nada."

 

ARQUIVO: Piscina no 'castelo' do cantor José Rico em Limeira — Foto: Reprodução/TV Globo

ARQUIVO: Piscina no 'castelo' do cantor José Rico em Limeira — Foto: Reprodução/TV Globo

 

*Conteúdo G1

 

 

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