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variedades Terça-feira, 02 de Maio de 2023, 17:00 - A | A

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"GRAN BISAVÔ"

A árvore "mais antiga" do mundo pode revelar segredos sobre o planeta

Casa e Jardim

 

Twitter / @hugoesc31475407 / CreativeCommons

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Árvore de mais de 5 mil anos pode ser a mais antiga do mundo

 

Em uma floresta no sul do Chile, uma árvore gigante sobreviveu por milhares de anos e está no processo de ser reconhecida como a mais antiga do mundo.

 

Acredita-se que a Gran Abuelo ("bisavô") tenha mais de 5.000 anos, e está prestes a substituir o Matusalém, um pinheiro britânico da Grande Bacia de 4.850 anos encontrado na Califórnia, nos Estados Unidos, como a árvore mais antiga do planeta.

 

O tronco dessa árvore, com 4 m de diâmetro e 28 m de altura, também contém informações científicas que podem esclarecer como o planeta se adaptou às mudanças climáticas.

 

 

“É realmente um sobrevivente. Não há outro que tenha tido a oportunidade de viver tanto tempo”, disse Antonio Lara, pesquisador da Universidade Austral e do Centro de Ciência Climática e Resiliência do Chile, que faz parte da equipe que mede a idade da árvore.

 

O “bisavô” fica à beira de uma ravina em uma floresta na região sul de Los Rios, a 800 km ao sul da capital Santiago. Ele é um Fitzroya cupressoides, – tipo de cipreste endêmico do sul do continente.

 

Fama ao redor do mundo

 

 
A árvore encontrada no Chile pode ser 600 anos mais velha que Matusalém, a atual árvore mais antiga do mundo — Foto: Pixabay / CC0 Domínio Público

A árvore encontrada no Chile pode ser 600 anos mais velha que Matusalém, a atual árvore mais antiga do mundo — Foto: Pixabay / CC0 Domínio Público

 

 

Nos últimos anos, os turistas caminham uma hora pela floresta até o local para serem fotografados ao lado da nova "árvore mais antiga do mundo". Devido à sua fama crescente, o órgão florestal nacional teve que aumentar o número de guardas florestais e restringir o acesso para proteger o "bisavô".

 

Em contraste, a localização exata de Matusalém é mantida em segredo. Também conhecido como Cipreste-da-patagônia, a Gran Abuelo é a maior espécie de árvore da América do Sul. Ele convive com outras espécies arbóreas, como coigue, pinheiro e tepa, rãs-de-Darwin, lagartos e aves, como o tapaculo-de-peito-ruivo e o falcão-chileno.

 

Durante décadas, seu grosso tronco foi derrubado para construir casas e navios, e fortemente derrubado durante os séculos 19 e 20.

 

Cientistas entusiasmados

 

O guarda do parque Aníbal Henriquez descobriu a árvore enquanto patrulhava a floresta em 1972. "Ele não queria que as pessoas e os turistas soubessem [onde estava] porque sabia que era muito valioso", disse sua filha Nancy Henriquez, também guarda do parque atualmente.

 

O sobrinho de Henrique, Jonathan Barichevich, cresceu brincando entre os Fitzroya e, atualmente, é um dos cientistas que estudam a espécie. Em 2020, Jonathan e Lara conseguiram extrair uma amostra do “bisavô” usando a furadeira manual mais longa que existe, mas não chegaram ao centro.

 

Eles estimaram que sua amostra tinha 2.400 anos e usaram um modelo preditivo para calcular a idade total da árvore. Jonathan conta que "80% das trajetórias possíveis mostram que a árvore teria mais 5.000 anos". Ele espera publicar em breve os resultados.

 

O estudo criou entusiasmo na comunidade científica, uma vez que a dendrocronologia – o método de datar os anéis das árvores quando eles foram formados – é menos precisa quando se trata de árvores mais velhas, pois muitas têm um núcleo podre.

 

 

Símbolos de resistência

 

Isso é mais do que apenas uma competição para entrar no livro dos recordes, já que Gran Abuelo é uma fonte de informações valiosas. “Há muitas outras razões que dão valor e sentido a esta árvore e à necessidade de protegê-la”, afirma Lara. Existem pouquíssimas árvores com milhares de anos no planeta.

 

“Os espécimes antigas têm genes e uma história muito especial porque são símbolos de resistência e adaptação. São os melhores atletas da natureza”, explica Jonathan.

 

"Eles são como um livro aberto e nós os leitores que leem cada um de seus anéis", comenta Carmen Gloria Rodriguez, pesquisadora assistente do laboratório de dendrocronologia e mudança global da Universidade Austral. Estas páginas mostram anos secos e chuvosos, dependendo da largura dos anéis.

 

 

Incêndios e terremotos também são registrados nesses anéis, como o tremor mais poderoso da história, que atingiu essa área em 1960. O “bisavô” também é considerado uma cápsula do tempo, que pode oferecer uma janela para o passado. “Se essas árvores desaparecerem, também sumirá uma chave importante sobre como a vida se adapta às mudanças no planeta”, finaliza Jonathan.

 
 
 
 

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