Joaquim Álvaro Pereira Leite assume nesta quarta-feira (23) o Ministério do Meio Ambiente (MMA), após o pedido de demissão de Ricardo Salles, alvo de inquérito a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Salles é investigado por crimes contra a administração pública, como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando, praticado por agentes públicos.
A nomeação de Leite foi confirmada no Diário Oficial da União (DOU).
Ex-conselheiro de uma das principais entidades ruralistas do país, Joaquim Álvaro Pereira Leite ocupava o cargo de secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do ministério, desde setembro do ano passado.
Segundo seu próprio currículo, ele foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB) durante 23 anos. A entidade é uma das que divulgaram uma nota de apoio à gestão de Ricardo Salles à frente do MMA dias depois da veiculação da fala de Ricardo Salles sobre aproveitar a epidemia da Covid-19 para “passar a boiada” na área ambiental.
Joaquim Álvaro Pereira Leite já ocupava cargos de confiança no MMA desde 2019. Primeiramente, ele era o responsável pela Secretaria de Florestas e Desenvolvimento Sustentável do ministério, que deu lugar à Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais.
No meio ruralista, Leite é conhecido por ser um dos mais antigos integrantes da SRB, já tendo ocupado cargos diretivos na entidade. Segundo seu currículo, ele ficou na entidade entre 1996 e abril de 2019, quando ocupava a função de conselheiro.
A Secretaria da Amazônia foi criada, em meio ao aumento da pressão internacional em relação ao crescimento das taxas de desmatamento na Amazônia.
A secretaria comandada por Leite ficou encarregada de formular estratégias e políticas para prevenir o desmatamento e queimadas ilegais, recuperar áreas de vegetação nativa degradadas e reduzir as emissões de gases do efeito estufa causadas pela devastação da floresta.
Passado ruralista
A SRB é uma entidade de mais de 100 anos e que, segundo seu próprio site, apoia a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida como bancada ruralista.
Nos últimos dois anos, ela se notabilizou por demonstrar apoio à gestão de Ricardo Salles à frente do MMA.
Em maio de 2020, foi divulgado o conteúdo de uma reunião ministerial em que Salles diz ao presidente Jair Bolsonaro que ele deveria aproveitar que as atenções da mídia estavam voltadas para a cobertura da epidemia do novo coronavírus para “passar a boiada” e alterar normas ambientais.
A entidade divulgou uma nota de apoio a Salles e sua equipe.
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