O ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu publicamente o pacote tarifário anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e criticou a possibilidade de o Brasil reagir com medidas semelhantes. A declaração foi publicada na terça-feira (2), nas redes sociais. Segundo ele, a resposta do governo brasileiro deveria ser a extinção da mentalidade socialista que impõe grandes tarifas aos produtos americanos.
Na mensagem, Bolsonaro afirma que Trump "protege seu país de um vírus socialista" e que uma escalada de tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos "não é uma estratégia inteligente e que preserva os interesses do povo brasileiro". Ele defende a redução de impostos a produtos americanos e uma tentativa de um acordo comercial com Trump.
Projeto da reciprocidade
A posição contrasta com a defendida por parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), grupo historicamente alinhado a pautas do ex-presidente. O presidente da frente, deputado Pedro Lupion (PP-PR), defendeu a aprovação urgente do projeto de lei 2088/2023, que autoriza o governo brasileiro a aplicar contramedidas contra barreiras comerciais unilaterais.
"Precisamos de uma lei. Os grandes players do comércio mundial têm instrumentos legais para proteger seus interesses. O Brasil, não", disse Lupion na terça (1º). A proposta já foi aprovada no Senado e na, quarta-feira (2), foi aprovada na Câmara e está sendo encaminhado para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Liberation Day
O pacote tarifário americano, batizado por Trump de "Dia da Libertação", rompeu com o modelo multilateral promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e instituiu a prática de tarifas recíprocas ou seja, os EUA aplicarão às importações os mesmos encargos cobrados pelos países de origem dos produtos. O Brasil sofreu uma taxação linear de 10% em todas as suas exportaões. Anteriormente, Trump assinou um decreto impondo uma tarifa de importação de 25% sobre todo o aço e alumínio, medida que acionou o alerta entre produtores siderúrgicos brasileiros.
O governo brasileiro tenta responder em duas paralelas: de um lado, endossa o projeto no Congresso para responder contra tarifas estrangeiras unilaterais. De outro, uma força-tarefa encabeçada pelos ministérios das Relações Exteriores e de Comércio e Serviços busca uma saída dialogada junto aos Estados Unidos. Caso não seja possível esse acordo, será aberta uma representação na OMC.
*Via Congresso em Foco
Confira vídeo do portal Uol:
Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP
Siga a pagina MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)