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polícia Terça-feira, 11 de Junho de 2019, 08:59 - A | A

Terça-feira, 11 de Junho de 2019, 08h:59 - A | A

PEDOFILIA

Estudo de Harvard associa YouTube a impulso à pedofilia

Redação
Cuiabá
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Segundo pesquisadores de Harvard, um estudo feito com vídeos brasileiros mostrou que o sistema de recomendação automática da plataforma sugere materiais de crianças a usuários interessados em conteúdo sexual.

Um exemplo desse fato foi identificado por uma moradora do Rio de Janeiro. "Fiquei assustada com o número de visualizações", disse Christiane C., moradora de um subúrbio do Rio, cuja filha postou um vídeo de si mesma no YouTube, brincando na piscina no quintal de casa com uma amiga. Alguns dias depois, a filha contou à mãe a notícia: o vídeo tinha milhares de visualizações. Não demorou muito para que chegasse a 400 mil — um número impressionante para um vídeo de uma criança de biquíni brincando com uma amiga.

"O vídeo é inocente, nada demais, eu vi as imagens novamente e me assustei com o número de visualizações” - disse a brasileira Christiane, em matéria publicada no inicío deste mês pelo jornal New York Times, de autoria dos jornalistas Max Fisher e Amanda Taub.

O YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos com sede em San Bruno (Califórnia, EUA). O serviço foi criado por três ex-funcionários do PayPal - Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim - em fevereiro de 2005. A Google comprou o saite em novembro de 2006 por US $ 1,65 bilhão. O YouTube agora funciona como uma das subsidiárias da Google.

A mãe tinha razão em se preocupar. O sistema de recomendação automatizado do YouTube - que impulsiona a maioria das bilhões de visualizações da plataforma, sugerindo o que os usuários devem ver em seguida - começou a oferecer o vídeo da menina na piscina para usuários que assistiram a outros vídeos de crianças pré-adolescentes e parcialmente vestidas.

— É o algoritmo do YouTube que conecta esses canais - disse Jonas Kaiser, um dos três pesquisadores do Centro Berkman Klein para Internet e Sociedade, de Harvard, que tropeçou nos vídeos enquanto analisava o impacto do YouTube no Brasil. “Isso é assustador” – ele admitiu.

O vídeo da filha de Christiane já foi removido pelos sistemas do YouTube, depois que a empresa foi alertada de que tinha um problema de pedofilia. Em fevereiro deste ano, agências de notícias informaram que usuários estavam usando a seção de comentários de vídeos do YouTube com crianças para orientar outros pedófilos. Naquele mês, admitindo o problema como "profundamente preocupante", o YouTube desativou os comentários em muitos vídeos com crianças.

Mas o sistema de recomendação, que permanece em vigor, reuniu dezenas de vídeos desse tipo em um repositório novo e facilmente visível, e os empurrou para um vasto público.

“O YouTube nunca se propôs a atender usuários com interesses sexuais em crianças” - mas, no fim das contas, segundo Kaiser, “o sistema automatizado os mantém conectados, e os usuários não precisam procurar vídeos de crianças para assisti-los”. A plataforma pode levá-los até lá por meio de uma progressão de recomendações.

Assim, um usuário que assiste a vídeos eróticos pode ser recomendado para vídeos de mulheres mais jovens e, em seguida, para mulheres que fazem poses provocativas, usando roupas de crianças. Eventualmente, alguns usuários podem receber vídeos de meninas de 5 ou 6 anos usando roupas de banho ou se vestindo.

Sozinho, cada vídeo pode ser perfeitamente inocente, como um filme caseiro feito por uma criança. Quaisquer planos reveladores são fugazes e parecem acidentais. Mas, agrupados juntos, seus recursos compartilhados se tornam inconfundíveis.

O jornal New York Times preservou o sobrenome da família brasileira para proteger sua privacidade.

 

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