Quando o olhar fala
e os lábios emudecem,
o coração ouve, e os sentidos...
enlouquecem.
E essa alma, poética,
confunde o olhar, o falar, o sentir.
O tato e os sabores são todos doces
e a razão perde o controle de agir.
Não busca rimar,
a alma poética,
apenas sonhar.
Não busca versos concretos, eruditos,
conhece seus riscos...
Sabe o perigo do amor
ao acaso,
que vai além dos limites
do espaço...
E foge do fogo que arde invisível,
lá no fundo.
Quer apenas viver frases inventadas, sem eira nem beira, sem julgamentos nem aplausos.
Insana, alma poética, mergulha no profundo mas emerge com medo do escuro, e descansa na
leveza do presente,
ofuscada nas luzes do futuro.
*Dulce Lábio
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