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geral Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2022, 10:42 - A | A

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DESMONTE DO VLT

Sindicato denuncia Estado ao TCU e STF por remoção do VLT

Gazeta Digital

 

Chico Ferreira

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O Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) encaminhou uma carta ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) na qual acusa o governador Mauro Mendes (União) de "descaso e mal uso dos recursos públicos". Isso porque o Estado está retirando os trilhos e postes implantados em Várzea Grande para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

 

Na carta, a entidade diz estranhar e se indignar com a decisão do Estado em iniciar o processo de substituição do modal pelo BRT.  

 

"A decisão de trocar o sistema de VLT com 70% implantado e que agora começa a ser destruído, para implantação do BRT, tem repercutido negativamente no país e no exterior, como ato fora de propósito e inadmissível sob o ponto de vista econômico e social", diz trecho da carta.   

 

"A esse respeito, é importante que se destaque que é a primeira vez que se tem notícia de uma mudança de modal com obras tão avançadas (cerca de 70% já implementadas), sem uso ou amortização de seu investimento pela população", continua o Simefre.  

 

Para a entidade, o desmanche das obras do VLT, iniciado no último dia 5 de dezembro, causa enorme insegurança jurídica "com repercussões em todos os atores, nacionais e internacionais, de todas as áreas de infraestruturas".  

 

"Nesse caso, o mal uso dos recursos públicos gerará frustração e prejuízos para a população que deixará de contar com um transporte digno e eficiente, de alta capacidade e utilizado largamente ao redor do mundo", completa.  

 

Para o sindicado, essa troca sem a conclusão total das ações judiciais envolvendo o VLT, poderá afastar investidores nacionais e estrangeiros em projetos de infraestrutura. 

 

"Consignamos assim, como entidade voltada para o bem do país em relação à mobilidade urbana, indignação e desapreço pela ruinosa ação recentemente iniciada, que jogará no lixo vultosos recursos públicos que haviam sido empenhados na execução de uma obra praticamente concluída, que indubitavelmente beneficiaria a operosa população das cidades de Cuiabá e Várzea Grande", finaliza.  

 

A carta também foi remetida para o governador Mauro Mendes e para a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.  

 

O governador Mauro Mendes iniciou o desmonte da estrutura do VLT em Várzea Grande no início do mês, para que em fevereiro comece as obras do BRT.  Em Cuiabá, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) determinou a proibição de qualquer obra para retirada dos trilhos da Capital.

 

Segundo o gestor, o governo estaria destruindo as estrutura do VLT apenas com uma liminar do STF, que suspendeu a decisão do TCU e paralisar os trâmites do BRT.

 

 

Confira a nota:

REF:-SIMEFRE/081/2022

São Paulo, 16 de dezembro de 2022

Exmo. Senhor

Dr. Mauro Mendes
MD. Governador do Estado de Mato Grosso

 

NESTA

 

Senhor Governador,

 

Tomamos conhecimento de que o Governo do Estado de Mato Grosso deu início no dia 05/12 p.p. à retirada da estrutura que havia sido afixada para implantação do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, que ligaria Cuiabá à Várzea Grande, em razão da troca para BRT (Bus Rapid Transit). 

 

Não temos como deixar de destacar que toda a desmontagem do sistema, com a retirada de 20 km de trilhos, dormentes, catenárias, postes, que inviabilizará a utilização dos 40 trens e dos sistemas de sinalização e de outros equipamentos que se encontram no local, representam claro descaso e mal uso dos recursos públicos. 

 

Como entidade nacional, com prerrogativas de representar parcela importante do nosso empresariado e da sociedade brasileira, não poderíamos deixar de manifestar a nossa estranheza e indignação a esse fato que demonstra um verdadeiro desserviço à população.

 

Os trilhos do VLT, uma vez assentados com a utilização de recursos públicos, deveriam ser usufruídos pela população com a conclusão das obras há muito iniciadas, e não desmontados utilizando-se de outros recursos públicos. 

 

A decisão de trocar o sistema de VLT, com 70% implantado e que agora começa a ser destruído, para implantação do BRT, tem repercutido negativamente no País e no exterior como ato fora de propósito e inadmissível sob o ponto de vista econômico e social.

 

A esse respeito, é importante que se destaque que é a primeira vez que se tem notícia de uma mudança de modal com obras tão avançadas (cerca de 70% já implementadas), sem uso ou amortização de seu investimento pela população. Esta ruptura e desmanche de obra implantada e não utilizada causa enorme insegurança jurídica com repercussões em todos os atores, nacionais e internacionais, de todas as áreas de infraestruturas. 

 

Nesse caso, o mal uso dos recursos públicos gerará frustação e prejuízos para a população que deixará de contar com um transporte digno e eficiente, de alta capacidade e utilizado largamente ao redor do mundo. 

 

Mais do que isso, tal mudança de modal, sem quaisquer estudos técnicos razoáveis capazes de demonstrar não apenas a maior eficiência do VLT, mas principalmente sua economicidade para conclusão de sua implantação e manutenção a longo prazo, gera grande incerteza jurídica, que certamente afastará investidores nacionais e estrangeiros em projetos de infraestrutura. 



Consignamos assim, como entidade voltada para o bem do País em relação à mobilidade urbana, indignação e desapreço pela ruinosa ação recentemente iniciada, que jogará no lixo vultosos recursos públicos que haviam sido empenhados na execução de uma obra praticamente concluída, que indubitavelmente beneficiaria a operosa população das cidades de Cuiabá e Várzea Grande.

 

Atenciosamente,

 

Massimo A. Giavina-Bianchi
Vice-Presidente do SIMEFRE
Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários

c/c:
TCU – Presidente
STF – Ministro Dias Tófolli
Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados - Presidência

 

 

 

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