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Luiz Carlos Souza Ponce "Lula" (esq): meta é ampliar o projeto Cumbaru para 2 mil famílias este ano
A castanha do cumbaru - antes desprezada - já é alternativa de renda para mais de mil famílias de oito municípios da baixada cuiabana. Elas estão colhendo uma média de 9 mil toneladas do produto ao ano e tudo que produzem tem dois destinos certos: Estados Unidos e Canadá.
O projeto é desenvolvido pela Cooperativa Central da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana, a Coopecentral, em parceria com o governo do Estado, via Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), e os próprios trabalhadores da agricultura famíliar. A empresa norte-americana Labra participa da ação comprando e exportando toda a produção.
Luiz Carlos Souza Ponce "Lula", diretor-presidente da Coopecentral, explica que a ideia foi implementada em 2014 com o objetivo de comercializar produtos oriundos da agricultura familiar na região da baixada cuiabana.
A cooperativa comercializa frutas, verduras e legumes através do Programa Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), atendendo principalmente às redes municipais de ensino de Cuiabá e Várzea Grande, bem como a rede estadual em Cuiabá, Várzea Grande, Poconé e Rosário Oeste.
"Dentro dessa comercialização de produtos hortifrutigranjeiros junto aos pequenos produtores, começamos a trabalhar também a castanha de cumbaru. É um fruto nativo do cerrado. Em 2019 trabalhamos em parceria com a empresa norte-americana Labra e estamos exportando tudo que conseguirmos recolher", informa Lula.
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Caminhão cedido pela Seaf faz a coleta de hortis e também da castanha de cumbaru nas comunidades rurais
A Seaf ajuda com dois caminhões como cessão de uso. O repasse dos caminhões à cooperativa ocorreu há dois anos, na gestão do então secretário de Agricultura Familiar Suelme Fernandes. "Essa ação da Seaf nos ajudou muito, fortaleceu a agricultura familiar na região. E o atual secretário (Silvano Amaral) também está engajado, comprometido. Estamos animados", diz Lula .
Apenas com o 'Projeto Cumbaru', a Coopecentral atende 1026 famílias. O pagamento das castanhas colhidas é feito à vista, diretamente ao produtor. Hoje a cooperativa paga 46 centavos o quilo, cedendo as sacarias de armazenamento e recolhendo o produto na propriedade. Segundo Lula, as famílias que participam do programa recebem cerca de R$ 1,2 mil e a R$ 1,3 mil mensais.
"O extrativismo ajuda a preservar o cerrado. O produtor tira de R$ 2 mil a R$ 2,2 mil por mês vendendo frutas, verduras e legumes, e aí entra mais a renda extra do cumbaru, ajudando bastante na renda familiar", avalia Lula.
O cumbaru é uma árvore bastante usada para fazer cercas em propriedades rurais. É considerada uma madeira resistente. A valorização da castanha da árvore agora, porém, muda totalmente a relação dos pequenos produtores com ela. Em vez de ter que desmatar para vender a madeira, garantindo renda uma única vez, os produtores descobriram que podem ter na 'árvore em pé' uma renda permanente.
Produtores animados
Os pequenos produtores da região da 'baixada' estão animados com a nova fonte de renda. Antônio da Silva, da região da Lajinha Alta, em Nossa Senhora do Livramento, não esconde a satisfação.
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Simão Aparecido, do Sindicato Rural de Livramento, e Antonio da Silva, extrativista de castanha de cumbaru
"Este ano foi maravilhoso. Eu gostei muito do trabalho que vocês (cooperativa) estão fazendo aqui porque aumenta a renda das pessoas, da comunidade. Para o ano que vem nós estamos com o projeto, se Deus quiser, de ter mais cumbaru, de catar mais. Estou vendo tanta fruta produzindo bonito, então ano que vem, com certeza, eu quero de novo que vocês voltem e nós conseguimos mais cumbaru", relata, em vídeo gravado pela cooperativa (ver abaixo).
Simão Aparecido dos Santos, tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nossa Senhora do Livramento, lembra que o cumbaru sempre foi uma árvore valiosa por sua madeira, jamais por seus frutos (ver depoimento abaixo).
"Estas castanhas do cumbaru nunca teve (sic) uma utilidade (...), um aproveitamento. Sempre caía por ai e virava adubo. Com esta parceria a gente está tendo um aproveitamento e está sendo valorizado. A gente espera que esta parceria continue. É um projeto que está trazendo oportunidade às famílias de Nossa Senhora do Livramento, uma rendinha a mais".
A Coopecentral pretende dobrar o número de famílias e municípios beneficiados neste ano de 2020. "Queremos chegar a 15 municípios e atender a duas mil famílias na região da baixada já nesta safra", comemora Lula.
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